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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



quinta-feira, 28 de março de 2013

Nunca antes neste país...


Quem não lembra que nosso ex-presidente Lula volta e meia recorria a esta expressão, que tornou-se quase um bordão em seus discursos? Pois dia 20 de março passado estive o dia todo no GEDUC 2013, em SP, por conta da Xmile Learning, e tudo que eu mais ouvi foi: nunca antes neste país se falou tanto em Educação!

A triste constatação: embora tanto esforço, e inegáveis progressos, não estamos satisfeitos com o panorama educacional geral.  Mudaram os estudantes / mudaram as demandas e necessidades do mundo contemporâneo – mas pouco mudaram as escolas ou seus métodos de ensinar-aprender-avaliar.

Lado bom: mais gente se debruçando sobre os problemas e buscando soluções – e aí uma especificidade: a tecnologia pode ser uma aliada (não uma pílula mágica!)! J

O primeiro palestrante, Angel Dubon Marchelli, de El Salvador, em sua fala “O desafio está lançado: como podemos nos inserir na Educação 3.0?”, destaca como primeiro passo o de perceber como estão estruturadas as sociedades na contemporaneidade, e assim compreender suas demandas; bem como compreender quem são estes estudantes, e então descobrir quais são seus saberes, fazeres, modos de ser, agir e estar no mundo.

Feitos estes mapeamentos, a pergunta que ele nos coloca é: como transformar a apropriação e a produção do conhecimento destes jovens e destas crianças de hoje em algo com significação? Para Marchelli, a chave está no(a)s professore(a)s.
As práticas docentes são extremamente variadas, mas, segundo o palestrante, as mais bem sucedidas baseiam-se prioritariamente em dois pontos-chaves:

1) serem focadas nos estudantes e não nos conteúdos propriamente ditos, ou no desejo do(a) professor(a) – o desafio é conhecer e compreender cada estudante em particular, suas especificidades sociais, culturais, econômicas, cognitivas... A ideia é que conhecendo melhor o(a) estudante, mais facilmente podemos “afetá-lo(a)” – isto é, mais facilmente fazemos com que os conhecimentos alcem sua esfera afetiva e ganhem significação;

2) serem voltadas à realidade dos grupos, envolvendo sobretudo questões do interesse daquela comunidade, alavancando o espírito colaborativo, a busca de soluções para as questões reais e contextualizadas – o que envolve também tomadas de decisões coletivas (gestão participativa dos problemas e soluções) e, de novo, a esfera afetiva.

Marchelli corrobora com a ideia de que a tecnologia, por si só, não é salvacionista, portanto, não basta a simples distribuição de tablets ou computadores, desconsiderando os contextos ali envolvidos. O palestrante traz, ainda, um aspecto que me pareceu bem interessante: pesquisas apontam que a diferença maior de aprendizagem não está entre as crianças sem acesso à tecnologia versus aquelas com acesso à tecnologia no âmbito escolar; mas sim, entre aquelas sem acesso versus aquelas que têm acesso fora da escola! Estas crianças, comparativamente às demais, mostraram ampliada visão de mundo. 

Por que isso? Porque comumente a escola – a despeito de usar, ou não, estratégias tecnológicas – ainda reproduz práticas pedagógicas que insistem em apresentar o mesmo conteúdo (selecionado pelo(a) professor(a)), de igual forma, à todas as crianças. Esta ideia desconsidera que as crianças são diferentes entre si, provém de experiências singulares, têm conhecimentos distintos, interesses variados, e suas formas de ver o mundo são plurais – então temos que, diante de tamanha profusão de possibilidades e conteúdos, e de tal multiplicidade de canais de comunicação, tentar perceber a forma como cada sujeito pode ser mobilizado / sensibilizado para apropriar-se criticamente e produzir conhecimentos. Finaliza afirmando que a soma destas pequenas mudanças e ações individuais é que geram uma mudança mais ampla e significativa no sistema educacional.

Acompanhem as demais discussões em outras postagens do BLOG... Em breve!


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