TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Encerrou hoje a nossa primeira enquete! Observe os resultados...

Parece que o ”Era uma vez...” está em alta, assumindo a dianteira na enquete!
Ouvir/contar/ler histórias com as crianças foi eleito por 90% dos respondentes como fator que favorece seu processo de alfabetização/letramento. Mas é claro que estamos falando de histórias interessantes, instigantes e de qualidade, não é mesmo?
Não vamos cair na armadilha de achar que só porque é para criança “vale tudo”!! Hoje temos uma profusão de livros com impressão e tratamento gráfico de qualidade; excelentes ilustradores; e, sobretudo, ótimos escritores – as crianças merecem! Nada de nos deixar enganar pelo baixo preço daquelas “coleções” reducionistas que empobrecem a linguagem escrita e a narrativa, e ainda reforçam modelos de desenhos estereotipados.
Criar oportunidades prazerosas em torno das propostas de narração e leitura de histórias ajuda a desenvolver o prazer pela leitura/escrita; amplia o uso e a compreensão da linguagem oral e escrita, bem como a compreensão e o conhecimento do mundo; e ainda abre as portas da imaginação! Sem dúvida, ações que vão ao encontro do projeto de escola como polo irradiador de cultura e conhecimento.
Por fim, cabe pensarmos de que maneira nosso trabalho pedagógico pode estar mais focado no envolvimento das crianças; no despertar do seu interesse para o mundo no qual estão inseridas... Sempre se sentindo desafiadas em sua curiosidade e criatividade; e tendo suas conquistas reconhecidas – tanto individuais, quanto coletivas – e valorizadas. Assim, contribuímos para uma trajetória autoral e autônoma; dialogal; solidária e responsável. =) 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vamos nos manifestar, gente??

Oi pessoal! A enquete ao lado vai finalizar dentro de 3 dias (será substituída por outra, é claro!) - vamos nos manifestar?!

E falando em "manifestação", colo abaixo emails carinhosos e incentivadores que recebemos de Ana Cristina Silva Castro, de Vassouras/RJ e de Flavia Alves, de Iraquara/BA:

"Visitei o blog, uma maravilha, com certeza será um espaço imperdível para discutirmos educação. Principalmente a alfabetização assunto inesgotável de discussões, reflexões e conflitos.
Vou socializá-lo com todos os professores aqui de Vassouras, um grande abraço.
Ana
"


"Acabo de visitar o blog e curti bastante o post de Aricélia, pois a conheci em 2009, numa palestra no Chapada (ICEP). Ela quem nos orientou nessa oficina de formação sobre o processo de implantação/implementação do ensino fundamental de nove anos. Cordialmente,
Flávia


Obrigada, Ana e Flavia! Que venham mais leitor@s!!! =)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vamos repensar a avaliação?

A leitura dos questionários recebidos na pesquisa que estou desenvolvendo junto ao MEC/UNESCO e a elaboração do novo questionário a ser remetido às escolas que têm o Ciclo consolidado me levam a perceber que vale a pena a gente conversar um pouco sobre um assunto: vamos (re)pensar a avaliação? O que dizem as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNGEB)?
A primeira coisa a salientar é que falar de avaliação é algo mais complexo do que pensar maneiras de avaliar as aprendizagens: é importante entender o processo de forma mais ampla e orgânica e, para isso, faz-se necessário que o ambiente educacional seja permanentemente avaliado em suas 3 dimensões básicas: a avaliação da aprendizagem; a avaliação institucional (tanto interna, quanto externa); e ainda uma avaliação de redes de Educação Básica.
No Projeto Político Pedagógico (PPP) devem constar ações de acompanhamento sistemático dos resultados do processo de avaliação interna e externa (como o Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, a Prova Brasil, dados estatísticos, pesquisas sobre os sujeitos da Educação Básica), incluindo dados referentes ao IDEB e/ou outros. Afinal, os sistemas de ensino não são isolados - ver o todo e ver-se no todo é fundamental para redimensionar ações e estratégias.
A avaliação da aprendizagem baseia-se na concepção de educação que norteia a relação professor-estudante-conhyecimento-vida, em contínuo movimento, devendo ser um ato reflexo de reconstrução da prática pedagógica, premissa básica e fundamental para se questionar o educar, transformando a mudança em ato (acima de tudo, político!). Defende-se, então, que a avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental deva ser de caráter formativo, predominando sobre o quantitativo e classificatório, de maneira a adotar estratégias para o progresso individual e contínuo dos meninos e meninas, favorecendo seu desenvolvimento integral, preservando a qualidade necessária para a sua formação escolar.
Mas hoje elejo fazer aqui um recorte momentâneo em torno da avaliação das aprendizagens – é importante percebê-la como um instrumento de contínua progressão dos estudantes, e não algo estanque, fotografia de um único momento. Assim, essa avaliação deve ser uma ação planejada, coletivamente, pelos diferentes sujeitos da escola. Afinal, a a
Nesse sentido, a principal função numa avaliação de aprendizagem deveria ser a diagnóstica, possibilitando ao aprendiz recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, apontar para uma avaliação global, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do estudante, que é indissociavelmente ético, social e intelectual.
E quais as referências que temos para pensar essa avaliação de aprendizagem? Justamente o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoções que os sujeitos do processo educativo projetam para si de modo integrado e articulado com aqueles princípios definidos para a Educação Básica, redimensionados para cada uma de suas etapas - no caso do meu interesse nesse blog, a Educação Fundamental, mais precisamente, o Ciclo da Alfabetização. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Afinal, o que é o CICLO DA ALFABETIZAÇÃO?

Se queremos debater a partir de alfabetização/letramento, em particular as questões em torno do Ciclo da Alfabetização, nada como esclarecer: o que é o Ciclo da Alfabetização?!


Segundo Aricélia Ribeiro do Nascimento, Assessora Técnico em Assuntos Educacionais da Coordenação Geral do Ensino Fundamental do MEC, 


"O ciclo de alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental é um tempo  sequencial de três anos, ou seja, sem interrupções, no qual se considera, pela complexidade da alfabetização, que raramente as crianças conseguem construir todos os saberes fundamentais para o domínio da leitura e da escrita alfabética em apenas 200 (duzentos) dias letivos. No Ciclo concebe-se que o tempo de 600 (seiscentos) dias letivos é um período necessário para que seja assegurado a cada criança o direito as aprendizagens básicas da apropriação da leitura e da escrita; a consolidação de saberes essenciais dessa apropriação; o desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado de outros saberes fundamentais das áreas e componentes curriculares, obrigatórios, estabelecidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos".


Obrigada por sua contribuição, Aricélia! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O prioritário é a criança compreender os mecanismos e processos da linguagem – e fazer uso deles!

Hoje vou contar uma história sobre uma menina que começou a falar com menos de 1 ano e era muito, muito tagarela desde bebê. Ela também adorava ouvir histórias e folhear livros, e assim aprendeu a ler bem cedo, praticamente sozinha. Um dia ela chegou da escola contando que tinha tido uma prova de português, mas que ela não soube responder “quem era o Antônio”. Curiosa, sua mãe indagou se a prova continha algum texto no qual ela devia identificar algum personagem chamado Antônio; ou mesmo se era para criar alguma redação com esse tal personagem... “Não”, explicou a menina – “Não tinha nenhum texto, nem era para criar nada. Era apenas para dar o Antônio de... claro; gordo; alto... – e eu não sabia como dar um Antônio para essas coisas!”. Foi então que a mãe compreendeu que a professora perguntava pelo antônimo (e não sobre qualquer Antônio!). Ao entender o que a professora desejava, a menina logo indagou à mãe: “Mas então por que ela não me disse para escrever o contrário? Ou o oposto? Era fácil: claro/escuro; gordo/magro; alto/baixo...”.
Pergunto: é mais importante uma criança pequena entender a questão da oposição na linguagem, e principalmente saber usá-la e também ampliar seu vocabulário, ou conhecer a terminologia de “antônimo”?
Faz-se necessário fomentar “(...) transformações significativas na estrutura da escola, na reorganização dos tempos e dos espaços escolares, nas formas de ensinar, de aprender, de avaliar, implicando a disseminação das novas concepções de currículo, conhecimento, desenvolvimento humano e aprendizado” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos – orientações gerais, 2004, p.10).
Assim, interessa-me aqui nesse BLOG problematizar: o que é mais importante nos processos pedagógicos dos 3 primeiros anos do Ensino Fundamental?
Bom pensarmos que nosso papel como professore(a)s do Ciclo da Alfabetização é favorecer que as crianças se apropriem da linguagem escrita para além de uma simples capacidade de decodificação de símbolos, portanto, que possam compreender as muitas facetas das diferentes funções sociais da escrita e, assim, possam apossar-se dessa linguagem e dela fazer múltiplos usos correntes.  
Lembro-me ainda, de quando era professora dos pequenos, que comumente uma criança contava para o grupo, em nossas tantas conversas coletivas, algo do tipo: “Minha avó pediu para mim comprar o pão...” – e eu repetia: “Para eu comprar o pão...”. No início, sempre que isso ocorria, era comum a criança replicar: “Não pediu para você, professora; minha avó pediu para mim comprar!”. E a partir daí eu podia mostrar que a maneira de ela nos contar que sua avó havia pedido algo para ela fazer, era dizendo que a avó “pediu para eu fazer tal coisa”. Muito rapidamente o grupo percebia os usos corretos dos pronomes e isso ia se ajeitando no desenvolvimento corrente da fala.
Adianta saber que tipo de pronome é “mim”, ou “eu”, se não sabemos quando usá-los? Não se trata aqui de defender que as terminologias devem ser banidas da escola – mas de pensarmos em estratégias que favoreçam seu uso corrente e desembaraçado na linguagem oral/escrita.
“(...) [J]ustamente pela sua constituição de confluência de diversos saberes é que a escola tem reafirmada a sua vocação de ser polo gerador e irradiador de conhecimento e cultura, contribuindo para reconstruir a organização da comunidade pelos seus próprios atores” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos – orientações gerais, 2004, p.11).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Imersão no mundo letrado...

Certa vez uma ex-orientanda me falou algo que guardei e que tomo como bom parâmetro. Na realidade, não sei se ela é a autora da ideia, ou estava me reproduzindo a ideia de outrem, mas o que ela me disse foi: toda vez que ela vê na escola algo que só existe naquele lugar, ela desconfia de que não esteja correto...

A observação está ancorada no conceito de que a escola é um sistema social complexo e, como tal, não é descolado dos demais. Assim, a existência da escola pressupõe a existência de uma comunidade ao seu redor, da sociedade mais ampla na qual ela está inserida, e assim por diante até podermos pensar planetariamente. O exemplo que minha ex-aluna usou para ilustrar esse pensamento, na ocasião, foi o mesmo que me aproprio aqui: vocês já viram paredes com placa “PAREDE”; janelas com placa “JANELA”; cadeiras com placa “CADEIRA” etc. em algum outro lugar que não seja uma escola?!

Trago essa história para abrir nosso debate sobre o que é o mundo letrado sobre o qual estamos cansados de ouvir... Desde a literatura mais especializada, até as revistas que têm os pais como público alvo, todos apregoam que a criança deve estar, desde a mais tenra idade, imersa no mundo letrado. Mas que mundo letrado é esse, afinal?

Falamos de todo o material impresso que nos envolve cotidianamente, explicitando a função social da escrita: desde livros de literatura, revistas em quadrinhos, jornal e bula de remédio, até painéis de propaganda, embalagens de produtos, etiquetas de roupas, ou multas de carro... As palavras e letras, textos em prosa e verso, estão espalhados por todos os cantos e a todo momento nos provocam, informam, escandalizam, emocionam, aproximam, entristecem, ensinam... entre tantas outras possibilidades. Colocar a criança em estreito contato com o mundo letrado é ampliar e qualificar seu acesso a todas as variadas formas de escrita – sem para isso precisarmos “artificializar” outras...

O que estamos oferecendo nas escolas para ampliar e qualificar o universo letrado das crianças?

Precisamos incrementar nossas escolas, abri-las para o mundo letrado de maneira que ela se caracterize como “um tempo de aprendizados de socialização, de vivências culturais, de investimento na autonomia, de desafios, de prazer e de alegria, enfim, do desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos - orientações gerais, 2004, p.10).

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Começando pelo discurso oficial...

Como primeira postagem desse BLOG recém inaugurado, penso que seria bom começarmos nos debruçando sobre materiais disponíveis... Que tal retomarmos as Orientações Gerais para o Ensino Fundamental de 9 anos, disponibilizadas pelo MEC, escritas pela Secretaria de Educação Básica, pelo Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, e pela Coordenação Geral do Ensino Fundamental?

Na medida em que a ideia é retomar/gerar discussões a partir de pequenos textos, elejo como questão para iniciarmos nosso debate, um dos pontos destacados por Rubens Alves e elencado no documento supracitado: como está proposta/organizada a estrutura espacial da escola?

Como pontapé inicial, conto um fato por mim vivenciado: ano passado fui convidada a ir contar uma história para um grupo de crianças do 1º. ano de uma escola pública num estado da região sudeste. As carteiras enfileiradas impediam que eu saísse do canto perto da porta, pois as filas começavam com as crianças grudadas na parede frontal da sala e terminavam na parede dos fundos. Cada criança que precisasse sair de seu lugar tinha que solicitar que amigos também saíssem e assim sucessivamente até elas alcançarem o destino – fosse este destino a porta da sala, ou a mesa da professora.

Aí eu pergunto: seria esse um tipo de agrupamento que favorece o processo de produção de conhecimento?

É inegável que, a despeito do número de crianças na sala de aula, a opção que fazemos pela disposição das carteiras pode favorecer, ou prejudicar o processo de ensino-aprendizagem. Cabe sempre perguntar: a maneira como estamos dispondo as mesas possibilita a circulação das meninas e meninos? Favorece a troca entre eles, e deles com o(a) professor(a)? A organização da sala torna possível propor atividades não apenas individuais, mas também em duplas, ou grupos de forma a dinamizar as ações pedagógicas? A estrutura espacial geral privilegia a autonomia das crianças? Os materiais, livros e brinquedos estão ao seu alcance? Em suma, a opção que foi escolhida para a arrumação da sala favorece uma ação comunicativa construtiva entre os diferentes sujeitos que compõem o cenário da sala de aula?

Não esquecendo que a escola não é uma entidade isolada composta por subgrupos também isolados em suas salas de aula, cabe ainda indagar sobre a estrutura espacial mais ampla: na escola há espaços que possibilitem a interação da criança com a natureza? Espaços que lhe assegurem o direito de brincar livremente? E ainda: o espaço escolar tem possibilitado o convívio e a troca entre crianças de idades diversas? Dos diferentes professores entre si? Dos atores sociais da escola com a comunidade circunvizinha?

Vamos conversar sobre isso, opinar e partilhar nossas experiências nesse BLOG?

Afinal, “o modelo educacional vigente não provocou mudanças efetivas de comportamento para construir uma cidadania solidária, responsável e comprometida com o País e com seu futuro.” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos - orientações gerais. 2004, p.8) – mas nós somos parte disso e podemos ajudar fazendo a nossa parte!