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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



quarta-feira, 20 de março de 2013

Autoria e identidade – desafios permanentes para quem trabalha com crianças


Dia desses recebi de uma de minhas filhas, a Tatiana, sócia da Benfeitoria, um link que me levava ao “Photos os Children from around the word with their most prizedpossessions. O artigo traz fotos muitíssimo interessantes capturadas pelas lentes de Gabriele Galimberti cujo foco era retratar crianças de diferentes etnias, configurações familiares, gênero, religiões e classes sociais ao redor do mundo juntamente com seus mais preciosos bens – seus brinquedos. Claro que além das imagens em si, despertou-me interesse o fato de serem crianças e, em particular, de poder explorar sua relação com os brinquedos. Convido-os a admirarem as imagens e, sem perder sua dimensão estética e poética, também perscrutarem como os brinquedos em si, os quartos/cômodos e as poses das crianças podem nos levar a examinar as constituições identitárias deste tantos meninas e meninas, sobretudo quando procuramos perceber como são construídas as características relacionadas ao gênero.

No desafio de montar uma plataforma multimídia com jogos narrativos, toda hora esta questão vem à tona. Como caracterizar personagens de forma que as crianças criem laços de identificação, sem reforçar os estereótipos de gênero? Como estruturar as narrativas e as ações de maneira à criança perceber-se ali inserida, sem fortalecer mais uma vez os estereótipos de gênero? O senso comum nos remete às meninas com sorrisos singelos, roupinhas fru-fru e quartos rosa repletos de bonecas; e aos meninos de cara amarrada, movimentos brutos e ágeis, sempre com bola ou carrinho na mão – e nosso papel é sempre problematizar isso trazendo outros modos possíveis de ser e agir como meninos e meninas...

A questão da identidade leva-me permanente à questão da autoria também. E neste sentido, partilho uma reflexão da Juliana Uggioni, que trabalha comigo no Núcleo Pedagógico da Xmile:

“Li o artigo “Startups paradesburocratizar ensino conservador, no qual Vagner de Alencar fala sobre as startups, que são iniciativas jovens e informais que surgiram como uma forma de desburocratizar a administração da escola. Uma de suas iniciativas ali citadas é o Projeto Magia que, com a parceria de algumas escolas particulares do Rio de Janeiro, tem por desafio transformar alunos de 6 a 10 anos em escritores. Este projeto estimula a leitura, a escrita e a criatividade dos estudantes.

O que podemos perceber é que cada vez mais surgem projetos e propostas, salientando como é importante entender que as crianças são autoras de suas próprias histórias, que seus repertórios são ricos e diferentes um dos outros… Esta relevância se faz presente na nossa proposta da Xmile, na qual as crianças participam ativamente na autoria dos games, criando personagens, roteirizações. E concordamos com a Solange Jobim e Souza quando escreve que “espécie de olhar cinematográfico que a criança revela, mostra-nos, também, com grande sensibilidade e beleza, como objetos se tornam para ela um reino de enigmas que podem ser decifrados em diversas direções”. (In: Infância e linguagem: Bakhtin, Vygotsky e Benjamin. Campinas, SP: Papirus, 1994, p. 149).”



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