TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As paredes também falam... Mas o que elas estão nos dizendo?!


Há quase 4 semanas atrás fechei uma postagem com a pergunta: o que as escolas estão disponibilizando em seus ambientes para ampliar e qualificar o universo letrado das crianças do Ciclo da Alfabetização? Se na postagem supracitada eu foquei os Alfabetários e procurei provocar uma reflexão crítica sobres seus usos (e abusos?), hoje a ideia seria passear pela identidade visual das paredes escolares – o que elas comportam? Por que as enfeitamos? Com o que e por quem são decoradas?

A primeira coisa importante é não perdermos de mente que a escola é um sistema social complexo e, assim, não é descolado dos demais. Neste sentido, a consolidação da escola pressupõe a existência de uma comunidade ao seu redor, da sociedade mais ampla na qual ela está inserida, e assim por diante até podermos pensar planetariamente – e se estar em um sistema não é sinônimo de coexistir pacificamente ao redor, ou apartada de outras instituições, tampouco significa reproduzi-las na tentativa de homogeneização, mas implica em compreender-se como parte integrante e interagir com elas.
Nesta perspectiva, uma escola, como ambiente formativo, deve mostrar-se acolhedora a todos os segmentos circundantes e aos atores sociais envolvidos nos processos de apropriação e produção de conhecimento – principalmente para as meninas e meninos-alun@s. Este acolhimento passa pela possibilidade de bem estar de todos, por isso é reflexo da limpeza, iluminação, ventilação, disponibilização de áreas abertas e cobertas, acesso aos elementos da natureza, adaptações de acessibilidade, além de toda a opção de disposição dos móveis, entre outros aspectos. Então, começo provocando: será este ambiente abaixo, acolhedor? Explicita a identidade, a história e a diversidade cultural dos atores sociais ali envolvidos?
 



Ou estes espaços mais se apresentam como locais estéreis e inóspitos, nus, sem qualquer estímulo ou convite à participação/ inserção das crianças; locais que mais parecem não-lugares – terra de ninguém, desabitada?
Impressionante perceber como comumente as escolas pendem para dois lados opostos da balança: entre serem como o exemplo acima, frias e vazias, podendo mimetizar-se com qualquer outra instituição – um hospital, presídio, hospício, repartição pública burocrática... Ou serem superpovoadas de elementos estereotipados e sem qualquer relação com os atores locais e suas culturas, como mostram as imagens abaixo:
 

 



Infelizmente, à estereotipia e à não-autoria expressos em alfabetários, numerários e painéis decorativos de sala de aula são acrescidos, também, exercícios fotocopiados sem significação e empobrecidos, que igualmente passam a povoar o ambiente formativo escolar.
Tanto nas escolas com paredes nuas, quanto naquelas cujas paredes são superpovoadas de elementos criados pela projeção que adultos fazem do que seria infantil, os atores sociais da escola são entendidos e tratados como sujeitos-assujeitados, desprovidos de seus rastros identitários, de sua história e de sua cultura.
Não poderiam estas mesmas paredes acolher uma estética mais dialogal com estes atores? Claro! Vejamos alguns exemplos de duas escolas de Lajeado, MG: Guido Arnold Lermen, e Capitão Felipe Dieter
 

É muito diferente entrar num ambiente acolhedor, convidativo, que se mostra dialogal com a comunidade escolar como um todo e com as crianças de cada turma em particular – um ambiente pleno de fotos das crianças e seus trabalhos autorais, de maneira que todos podem ver e ver-se ali retratados...



Este tipo de proposta aumenta a autoestima e a percepção de pertencimento, favorecendo a participação coletiva. A presença de produções das crianças nas paredes da sala e da escola como um todo também corrobora com a construção de um ambiente alfabetizador, fazendo da escola um tempo de aprendizados de socialização, de vivências culturais, de investimento na autonomia, de desafios, de prazer e de alegria, enfim, do desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões (In BRASIL. Ensino Fundamental de 9 anos - orientações gerais. MEC/SEB/DPE/COEF, 2004, p.10).
Notinha de rodapé
Repararam que esta postagem está 5 dias atrasada?! L
A proposta era postar no Repensando Escolas sempre às 4fs, e no Repensando Museus nas 2fs. Mas... Bem, gente, estou envolvida numa consultoria para a TV Escola que exige, ainda, escrita de textos para uma revista. Além disso, fui selecionada por um edital para uma consultoria bem grande aqui no Rio (que vai trazer MUITAS coisas legais para o BLOG, pois é voltada aos bem pequenininhos!) e, ainda, sondada em outras tarefas junto ao MEC. Resumo: sem chance de manter o blog ativo regularmente! N.E.M  P.E.N.S.A.R!!
Com isso, minha proposta é que curtam o facebook, que está crescendo dia a dia, e cada vez que eu conseguir uma brecha e postar algo por aqui, a Ariane avisa via facebook! Que tal?!
E vamos que vamos!! =)