TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



segunda-feira, 4 de março de 2013

Vamos refletir junt@s sobre algumas propostas de sites educativos? – parte 1

Como já contei para vcs, venho fazendo incursões no universo de plataformas educativas e penso que há questões que merecem compartilhamento. Por motivos óbvios, vou me eximir de “dar nome aos bois”... Mas a questão não está nos sites em si, mas podermos pensar criticamente sobre alguns aspectos pedagógicos e/ou filosóficos neles envolvidos. Como são vários, numerarei as postagens... J

Começo por um site brasileiro, recente, que amplia gradativamente o seu alcance de atendimento. Desenvolvido por uma empresa de tecnologia, embora ele se proponha a apoiar educadores e famílias no desafio de motivar e incentivar os jovens no hábito de estudar, também atua junto à empresas no que concerne à promoção de ações de marketing social.

Opto por destacar alguns pontos para problematizarmos aqui:

     1)      O que será o hábito de estudo? Essa questão volta e meia aparece nos debates educativos. Por definição, hábito é sinônimo de costume. E, de acordo com a Wikipédia, “Designam-se como costumes as regras sociais resultantes de uma prática reiterada de forma generalizada e prolongada, o que resulta numa certa convicção de obrigatoriedade, de acordo com cada sociedade e cultura específica”. Portanto, coaduno com a corrente que defende os hábitos apenas para as atividades que queremos involuntárias, automáticas, que se fazem sem pensar – sobretudo às de higiene e educação, como lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, ou cumprimentar as pessoas, agradecer, pedir desculpas ou licença etc.

     2)      Ainda aí trago apenas uma provocação: mais desafiador do que hábito de estudo, me parece o permanente desafio educativo de motivar os jovens a querer saber mais! A perspectiva extrapola a questão do ESTUDO propriamente dito; e se coloca no patamar da curiosidade científica – aquela que, em última análise, é a grande propulsora da produção permanente e dinâmica de conhecimento em todas as áreas do saber. Entendo, então, que os espaços de educação formal e não formal, bem como as plataformas de e-learning (como faz a Xmile Learning S/A, na qual atuo) deve pregar a ideia do PRAZER pelo SABER MAIS, pela DESCOBERTA, pelo APRENDER... Fortalecer a CURIOSIDADE e o DESEJO DE SABER, aliados à CRIATIVIDADE – isto é: em formas originais de solucionar problemas. Isso sim me parece um bom desafio e boa missão...

      3)      Por fim, este site por mim analisado, como a absoluta maioria dos demais – inclusive aqueles bem cotados no mercado! –, oferece uma estrutura SUPER escolar – e cabe aqui nos perguntarmos: a que modelo de escola estão recorrendo? O exemplo por mim analisado tem professora (de óculos e tudo, sempre com a mão para cima, como quem vai escrever no quadro de giz), disciplinas e conteúdos explicitados. Se escolhemos, por exemplo, PORTUGUÊS, TEMA “formação de palavras” e ASSUNTO “vogais e consoantes”, entramos no jogo “dose dupla”, que é apenas de “observe os quadrados que aparecem na tela e junte os pares que combinam”. Se acertamos, os quadrados desaparecem; se erramos continuam ali. A tela a seguir aparece a professora diante do quadro branco, escrito em letra bastão: AS PALAVRAS A SEGUIR COMEÇAM COM QUAL LETRA? QUAIS SÃO VOGAIS E QUAIS SÃO CONSOANTES? RELACIONE AS LETRAS INICIAIS DE CADA PALAVRA. VAMOS LÁ?! – Mas no jogo em si [nível Fácil], não há qualquer menção às vogais ou consoantes; tampouco ao nome das letras. A proposta é um exercício de percepção visual – identificar a letra colorida (ex: U) como letra inicial de alguma das palavras escritas nos quadros (ex: URSO). A especificidade do conteúdo fica fora do alcance do jogo, ao encargo d@ professor(a) presencial. No ASSUNTO “sílabas”, os três jogos (fácil, médio e difícil) são, novamente, idênticos! E a questão em jogo é, mais uma vez, de discriminação/ percepção visual – inclusive utilizando sílabas bastante descontextualizadas, com QUAN ou WIL ou HOR, por exemplo. Nada estava ligado às possibilidades de leitura, e menos ainda, ao uso das sílabas, o que é bem ruim. Neste jogo, o enunciado diz que vai fazer perguntas, e não há pergunta alguma. Em algumas propostas de jogos, a estrutura chega a reproduzir uma aula menos interessante do que aquela que se vê em curso na maioria das escolas: é a professora de pé, na frente do quadro de giz e nossa função é marcar se a frase é exclamativa, afirmativa ou interrogativa. Seria isso um jogo? Há dimensão lúdica nesta proposta? Há qualquer motivação à curiosidade? E volto à pergunta inicial deste item 3): em que modelo escolar estão baseados?

      4)      Ao encerrar, vem nova mensagem: Continue jogando e aprendendo, preparando seu futuro! Essa ideia é também bastante questionável no meio educativo, pois não “preparamos o futuro”, mas o HOJE das crianças. E o futuro se constitui de uma sucessão de hojes! Quando nos baseamos numa concepção de criança como sujeito, e sujeito de direitos, não falamos de um porvir, ou de um futuro adulto, mas de alguém que hoje é criança, tem especificidades como tal, e por estas deve ser respeitada e valorizada.

     5)      Última dica aos interessados em contratar plataformas ou adquirir/assinar estruturas semelhantes: tomando como exemplo o que este site oferece para as crianças de 1º ano EF, vale ponderar: não pode ser tudo apenas ESCRITO – as crianças que ingressam no 1º ano ainda não sabem ler, portanto, é imprescindível ter SOM e CONVERSAR com elas!

O que vc tem oferecido na sua casa, escola ou rede de ensino traz propostas que se assemelham com isso que escrevemos aqui? Cabe ficar de olho... Bj e até dia 07 com mais um post... =D

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