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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



segunda-feira, 6 de maio de 2013

EaD, e-learning e outras coisinhas mais...


Uma das crises identitárias que sofro cotidianamente no meu novo desafio como Diretora do Núcleo Pedagógico da Xmile é decorrente da nossa linguagem. Cada tribo tem a sua e nem percebe isso. Da mesma forma que eu nada compreendo (e tenho vontade de acionar a tecla SAP!) durante as explanações sobre os aspectos específicos da nossa tecnologia feitas pelo nosso Diretor de TI André Piacentini; é engraçado descobrir que na Educação também usamos vocabulário particular que gera estranhamento no pessoal que não é da área. Mais recentemente, ouvi deles que uma coisa muito estranha era a nossa paixão pelas siglas! E pescaram: PNAIC, FUNDEB, SEB, COEF... usadas corriqueiramente (e para as quais eles apenas arregalam os olhos!). Ah! Intriga da oposição!! Isso é mania-Brasil! Vejam lá: IRRF, INSS, ISS, IPVA, IPTU... Elas perseguem a tod@s nós, não?! =)

Mas siglas à parte, a EaD já foi explorada na semana passada e nesta semana puxo o foco para a expressão em inglês e-learning, que também vem se disseminando (Ah! Vamos combinar que a tribo de finanças é que mais gosta de expressões em inglês? Benchmarking, Royalties, valuation... Conversas com Nicolas Peluffo e Roberto Kaplan, respectivamente nosso CEO e CFO, também têm ampliado meu vocabulário! Kkkkk!)... Para isso, retomo a contribuição do amigo João Alfredo Barcellos, decorrente de suas andanças no Congresso da Associação Brasileira de Ensino a Distância.

Escreveu ele:

“Na palestra "Os imperativos e os desafios da pós-graduação utilizando a EaD e e-learning", o palestrante Alan W. Tait, da Open University, reafirmou a EaD como importante alternativa de formação para cerca de 1,7 milhões de estudantes desde a sua implantação em 1971.Segundo o palestrante, atualmente, cerca de 71% dos alunos estudam e trabalham. O desafio maior seria o reconhecimento desta alternativa de ensino, a fim de não ser traduzida como uma formação de segunda classe dentro da política governamental; bem como a necessidade de intervenção no processo de aprendizagem quando se percebe que o estudante está com dificuldades. Da mesma forma, prossegue Tait, há que se avaliar com mais precisão se o estudante atingiu o seu objetivo com o EaD.

A palestra de Ronaldo Mota, do Institute of Education - University of London ("Aprendizagem independente: uma estratégia para educar para inovação"), reiterou que nos tempos atuais, diferentemente do passado, a Ciência, a Tecnologia e a Inovação estão em contínua interação, atendendo e gerando demandas novas. Todavia, o Brasil, onde o total de profissionais ativos com curso superior e os estudantes que hoje estão na graduação somam cerca de 6% da população de 200 milhões de habitantes, não poderá crescer se continuar a contar apenas com o método tradicional de ensino presencial. Segundo o palestrante, cabe ao setor privado de Educação ampliar as possibilidades de EaD, uma vez que o setor público não consegue atender de forma acelerada a esta demanda, sobretudo dos oriundos da nova classe média, estimada em 40 milhões. Segundo Mota, se não fossem as graduações via EaD, estaríamos decrescendo no número de estudantes que concluem o ensino superior no país”.

Parece-me cada vez mais claro que a questão não é somente ser, ou não ser à distância; usar, ou não usar determinada tecnologia... Mas um conjunto maior e mais complexo de fatores que passa, entre outros aspectos, pela avaliação. O desafio maior do e-learning é ampliar o número de estudantes em processo simultâneo de aprendizagem, sem abrir mão da qualidade. E voltando às anotações do João Alfredo Barcellos...

“Na palestra "Analítica da Aprendizagem: Como melhorar o rendimento do estudante por meio da análise de dados relativos à interatividade nos cursos online", a palestrante Deb Corso-Larson, da Pearson eCollege, sugere que o e-learning requer: ensinar aos estudantes a serem criativos, manter com eles uma comunicação constante (tutor/aluno, via EaD), reiterar a necessidade de estabelecer e ritmo de estudar várias horas por semana, explicitar bem as tarefas que elem devem desenvolver (certificando-se de que compreenderam as instruções que foram passadas), agendar previamente cada interação que será efetivada entre tutor e estudante, fornecer um feedback rápido, dar ênfase no tempo que deve ser dedicado aos estudos e comunicar sempre as expectativas”.

E se o e-learning é mesmo uma possibilidade de ensino para um maior número de pessoas, como fazê-lo sem considerar que cada uma delas tem um ritmo e uma necessidade diferenciada? Nesta direção, João partilha a palestra de Vicki Goodwin, da Open University:

"Em “Problemas na leitura, escrita, memória e organização para alunos disléxicos em ensino a distância", Goodwin considera a existência de cerca de 4% a 10% da população com dislexia (índice também aplicado ao Brasil), e reiterou a necessidade de que previamente fosse dada uma visão geral do que será ensinado por meio do EaD, que se tivesse uma boa organização e estrutura da proposta, uma introdução clara e uso de uma linguagem objetiva, sem rodeios. A palestrante reafirmou que o EaD deve atender às seguintes características: couloured but NOT patterned backgrounds; clear print FONT (arial or comic sans 18 are very good to read); avoid small Font sizes; use a larger Font if information is complex; do NOT justify right-hand margins; use reasonable print Line lengths; standardize Spelling; do NOT overcrowed the page with information. Segundo ela, deve-se ter clareza quanto ao objetivo do curso a distância: desejamos a memorização da informação; ou a compreensão da mesma?”.


Sublinhei propositalmente as duas palavras – memorização e compreensão – pois acho este aspecto extremamente relevante. A coerência entre a proposta/discurso conceitual e a prática/proposta oferecida é o que mais me parece faltar na grande maioria das plataformas de e-learning que temos analisado. E olha que não são poucas!! Muitas plataformas que se propõe a favorecer a compreensão e apropriação crítica dos conhecimentos acabam oferecendo exercícios de repetição mecânica de maneira exaustiva. Assim como é comum vermos propostas que, para se tornarem “interessantes”, incluem dificuldades motoras que acabam desvirtuando do foco pedagógico ali delineado... Nesta mesma linha, João narra sobre a mesa redonda "Jogos Digitais e o EaD" (com a participação de Denio Di Lascio; e de Monica Valéria Costa Caribé), que levanta bem esta questão: qual é o objetivo pretendido com a utilização dos jogos? O que se deseja ensinar/aprender? Sempre ressaltando a necessidade de se conhecer bem o que se espera do jogo e aonde se quer chegar com a sua utilização – e isso me parece ser o ponto de partida para a construção de uma plataforma de e-learning por meio de games.

Boa semana a tod@s!

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