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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pensando de forma mais ampla a implementação do Ciclo da Alfabetização...


A intenção deste post é fechar a tríade de reflexões sobre o conceito de Ciclo da Alfabetização. Isso porque é sabido que não basta “implantar” o Ciclo da Alfabetização – esta implantação, para se consolidar qualitativamente, requer adaptações: tanto derivadas do fato de o ensino de 9 anos trazer para o EF as crianças de 6 anos, quanto pela razão de o Ciclo requerer mais flexibilidade das propostas pedagógicas, com atividades diversificadas e/ou projetos, o que implica em adaptações no espaço físico, no mobiliário, e ainda na aquisição de materiais pedagógicos, livros e jogos para as salas de aula e para a escola em geral.

Entendo que se deva tomar como ponto de partida uma perspectiva mais ampla e orgânica de que o Ciclo da Alfabetização corresponde ao trabalho desenvolvido formalmente nos 3 primeiros anos do EF, de forma contínua e progressiva, sem retenção das crianças, de maneira a dar-lhes mais tempo para solidificar seus processos de apropriação e produção de conhecimentos, sobretudo no que tange ao domínio da escrita alfabética e ao letramento, isto é, ao uso reflexivo das linguagens oral, gráfica e escrita em seus diferentes gêneros textuais. O trabalho no Ciclo da Alfabetização, então, pressupõe um investimento nas crianças em suas singularidades e a valorização dos seus diferentes saberes prévios e, consequentemente, requer um currículo que respeite sua diversidade e pluralidade culturais – currículo este que deve ser dinamizado através de propostas de organização de espaços&tempos que abarcam metodologias que se sustentam na possibilidade de atividades diferenciadas ocorrendo simultaneamente nas turmas; da oferta em quantidade de material escrito de qualidade; de avaliações variadas e permanentes, de caráter diagnóstico e descritivo, que possam gerar ações voltadas à superação de obstáculos percebidos; de espaços físicos que viabilizem, tanto propostas individuais, quanto em pequenos e grandes grupos; de espaços que congreguem as diversas identidades infantis ali presentes, fomentando a percepção de pertencimento nas meninas e meninos da sala; de espaços que favoreçam o desenvolvimento da expressão autônoma e autoral de todos os sujeitos nele envolvidos em suas múltiplas linguagens; de planejamentos dinâmicos e interdisciplinares, elaborados coletivamente com alunos e professores de todas as turmas do Ciclo da Alfabetização, de forma a assegurar a organicidade do processo.

Ainda, sobretudo pelo fato de o 1º ano do EF receber crianças de 6 anos, torna-se imprescindível que o trabalho desenvolvido no Ciclo da Alfabetização valorize o lúdico, o jogo, a brincadeira, a imaginação e a fantasia infantis, bem como as diversas formas expressivas da Arte.

Por fim, faz-se necessário que os professores que atuam no Ciclo da Alfabetização possam ter amplo acesso à formação permanente, principalmente sobre: do conceito de Ciclo; da problematização acerca da cultura da repetência; do desenvolvimento infantil nesta faixa etária; da necessidade da ludicidade nos processos pedagógicos; das propostas metodológicas de alfabetização / letramento e seus respectivos arcabouços teóricos, incluindo instrumentos e métodos de avaliação; propostas metodológicas que privilegiem a criação inédita e pessoal de cada criança em suas diferentes linguagens; e ainda oportunizando o desenvolvimento autoral de sua própria expressão escrita, entre outros aspectos.

O processo de implantação do Ciclo da Alfabetização assim compreendido acaba por deflagrar a busca por alternativas – na maioria das vezes já disponíveis – que favoreçam soluções para a melhoria do desempenho das crianças: caminho oposto àquele que se alicerçava na anteriormente instaurada cultura da repetência, na qual o desinvestimento no aluno era maior e mais explícito.

Somente tendo atendidas estas e outras diferentes variáveis podemos acreditar que seremos capazes de cumprir a meta-compromisso de alfabetizar/ letrar todas as crianças do Brasil até seus 8 anos de idade.
Isso posto, proponho: que tal comentarem e partimos para discutir questões referentes ao espaço físico a partir da próxima semana? Até lá!! =))

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