TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GT Fundamental Brasil – parte II


Na semana passada, iniciei a partilha sobre o VI GT Fundamental Brasil, em Brasília/DF. Naquela postagem, trouxe os pontos que mais me chamaram a atenção acerca das falas de Jacqueline Moll e Telma Ferraz Leal. Hoje inicio trazendo os argumentos desenvolvidos por Viviane Pinto, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP),  em sua fala acerca da “Construção dos descritores da provinha Brasil”.

Viviane fez questão de enfatizar que a Provinha Brasil foi criada como instrumento pedagógico, pois é diagnóstica, aplicada no início e no final do 2º ano do Ensino Fundamental, a fim de oferecer um parâmetro daquilo que já foi desenvolvido e, ao mesmo tempo, sinalizar tudo que ainda pode ser melhor/mais trabalhado, possibilitando correções de rumo, trazendo elementos para a sala de aula e para as redes, que possam favorecer a melhoria da qualidade de educação e da vida dos sujeitos.

Distribuída desde o segundo semestre de 2008 a todas as redes, o instrumento não é obrigatório, sua correção é feita pelas próprias redes, e seus resultados vão, depois, diretamente aos gestores e professores de forma a auxiliar o estabelecimento de metas para as redes; para o planejamento de cursos de formação; e para a reorientação de ações pedagógicas, constituindo-se também num instrumento orientador das habilidades que se pretende avaliar. Viviane deixa claro que a Provinha procura somar e agregar dados aos professores, e não substituir as avaliações qualitativas que se esperam deles.

Considerando seu público (crianças de 7 anos), a sua aplicação deve ser bem cuidadosa e as redes e escolas têm liberdade de escolher a melhor forma de fazê-lo: com os próprios professores, ou com profissional externo. Atualmente, na maioria das redes são as próprias escolas que aplicam e remetem os resultados às Secretarias. Viviane sinaliza que, a partir de 2013, a Provinha Brasil será potencializada para monitorar dados que subsidiem a efetivação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

Em seguida, Francisca Izabel Maciel foi convidada a falar sobre os “Usos e abusos da Provinha Brasil” e sua primeira inferência foi salientar que o instrumento é parte de um todo, mas que acaba ganhando protagonismo e tendo tanto os usos apropriados, quanto os abusos inapropriados. A questão que coloca é: em que ela pode nos ajudar? E em que podemos ajudá-la a melhorar? Frisa que é um instrumento diagnóstico a favor dos alunos e dos professores, sempre olhando a alfabetização na perspectiva de letramento, incluindo a matemática, e fornecendo informações que viabilizam a intervenção num momento ainda propício a melhorar o ensino.

Francisca também problematiza que, como instrumento diagnóstico, a Provinha Brasil é também reducionista, considerando que ela contempla aspectos relativos à apropriação do sistema de escrita alfabética, e da leitura; mas deixa de fora os outros 3 eixos: a escrita, a compreensão e valorização da cultura escrita (análise linguística), e o desenvolvimento da oralidade. E mais! Exatamente porque deixa estes eixos de fora, a matriz de referência da Provinha não pode ser entendida e usada como matriz de ensino no Ciclo da Alfabetização, pois estaria incompleta. Finaliza sua intervenção alertando ainda para os cuidados com o excesso de avaliações a que estamos submetendo as crianças e a confusão entre os objetivos de cada uma delas.

Após estas 4 conferências, foi a vez de eu e da Luiza Ramos apresentarmos nossas pesquisas desenvolvidas pela UNESCO para o MEC, respectivamente sobre a “Consolidação do Ciclo da Alfabetização” (cujo power-point tentarei disponibilizar aqui no blog) e sobre a “Organização de Currículos no Ensino Fundamental”. Depois de contextualizar a pesquisa, Luiza fez um apanhado geral e conceitual sobre currículos, mostrando que saímos dos conteúdos processuais e atitudinais dos Parâmetros Curriculares nacionais, entramos nas competências e habilidades e, alguns, indo adiante, chegaram a trabalhar com o conceito de expectativas de aprendizagem – e agora nos debruçamos sobre a perspectiva conceitual de direitos de aprendizagem. Ressaltou, ainda, alguns pontos relevantes, como: o conflito conceitual ano x série; a carência de informações do que possa ser um currículo inovador; bem como a não definição/delimitação do que se deva trabalhar em cada série/ano/bloco.

Luiza acaba por traçar um breve panorama nacional, sinalizando que conseguiu perceber experiências exitosas de currículos organizados a partir de projetos, de experiências derivadas da cultura local, de salas temáticas subdivididas por áreas de conhecimento (não por disciplinas!), entre outros. Ressaltou que, de uma forma ou de outra, as propostas curriculares mais interessantes costumam não só oportunizar maior participação das crianças/d@s alun@s e demais atores sociais da comunidade escolar, bem como ofertar mais pluralidade de ações, atividades e tempo. Por fim, destacou que as propostas exitosas foram consubstanciadas em cima de parcerias além dos muros da escola, contando com grande envolvimento da sociedade;  apontaram para a presença de atividades lúdicas envolvendo todo o processo pedagógico, inclusive o ato avaliativo; e buscaram o fortalecimento dos diferentes Conselhos Escolares. Se um dos pontos positivos de destaque foi a percepção da pesquisadora de que a formação d@s professor@s vem se solidificando, inclusive com maior participação e troca entre os docentes da própria rede, também chama sua atenção a urgência de todos os envolvidos nas construções curriculares ouvirem mais as crianças/@s alun@s  a respeito dos temas contemporâneos que vão ao encontro de seus interesses e curiosidades, de forma a também contemplá-los no currículo.

Nada como mostrar experiências bacanas depois de um apanhado geral sobre o assunto, não é mesmo? Assim, tiveram duas comunicações sobre as experiências com o trabalho desenvolvido com o Ciclo da Alfabetização – a primeira no município de Lajeado (RS), representado por Tatiana Schuhl dos Santos e Adriana; e a segunda no município de Coronel Fabriciano (MG), representado por Álen Carla Reggiane Assis. Pelo adiantado da hora, as apresentações de Riva Cusnir Valansi, de Miguel Pereira (RJ) e de Gilmara Lacerda dos Reis, de Petrolina (PE) – ambas focando as experiências inovadoras na área curricular – ficaram para o dia seguinte. Nestes casos, prefiro deixar registrado aqui o convite para as 4 pessoas a escreverem postagens para o Repensando Escolas, partilhando suas experiências e/ou disponibilizando suas apresentações – que tal? =)

Bem, gente, o restante do dia foi organizado em grupos de trabalho e debates em plenário sobre a versão preliminar de um documento provisoriamente intitulado como “Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento para o Ciclo da Alfabetização (1º, 2º e 3º anos ) do Ensino Fundamental”. Mas aí foi só mmmuuuiiittttaaaaa discussão! Uffa!!! :P

Na próxima 4f retomamos nossos posts ainda sobre a identidade visual das paredes escolares... Aproveitem para comentar e, sobretudo, ser seguidor(a) do BLOG, curtir o facebook e partilhar com @s amig@s! Precisamos incrementar esta rede de trocas!!

Boa semana a tod@s!! J

4 comentários:

  1. Oi Bel, Uma grande satisfação partilhar esta experiência com você. Aprendi muito!
    Foi realmente desafiador encontrar redes que organizam um currículo "inovador".
    Mas que bom que conseguimos mostrar que existem experiencias bonitas e exitosas. Nesta mesma pesquisa encontramos também equivocos que nos preocupam quanto à percepcção de curriculo, especialmente o entendimento sobre a parte diversificada. Há muito ainda o que fazer, mas satisfatoriamente, não estamos parados!
    Bjs. Luiza ramos.

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  2. Luiza querida, que satisfação tê-la como leitora do BLOG! Tb fico feliz por ver que nosso gigante - a educação brasileira - parece mesmo estar despertando de um sono tão profundo... :)
    Bjs!

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  3. Olá... Que superchique participar de um evento como este... Eu e minha querida colega Adriana Castro falamos, muito rapidamente, por falta de tempo, sobre nossa escola, a Guido Lermen, que tem ciclo da alfabetização há mais de 10 anos. E mesmo com todo este tempo ainda temos muitas dúvidas... estamos sempre "surtadas" pensando porque nem todos aprendem tando como gostaríamos... mas ao mesmo tempo vemos tantas coisas boas "brotando" das sementes que não tão pacientemente temos plantando... enfim, lutas diárias... mas vamos lá. Aprendemos muito no GT e foi interessante participar das discussões... apesar de termos pensado que seria interessante se tivesse chamado 500 professores para a discussão ao invés de 500 dirigentes... já pensaram no resultado???

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