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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O prioritário é a criança compreender os mecanismos e processos da linguagem – e fazer uso deles!

Hoje vou contar uma história sobre uma menina que começou a falar com menos de 1 ano e era muito, muito tagarela desde bebê. Ela também adorava ouvir histórias e folhear livros, e assim aprendeu a ler bem cedo, praticamente sozinha. Um dia ela chegou da escola contando que tinha tido uma prova de português, mas que ela não soube responder “quem era o Antônio”. Curiosa, sua mãe indagou se a prova continha algum texto no qual ela devia identificar algum personagem chamado Antônio; ou mesmo se era para criar alguma redação com esse tal personagem... “Não”, explicou a menina – “Não tinha nenhum texto, nem era para criar nada. Era apenas para dar o Antônio de... claro; gordo; alto... – e eu não sabia como dar um Antônio para essas coisas!”. Foi então que a mãe compreendeu que a professora perguntava pelo antônimo (e não sobre qualquer Antônio!). Ao entender o que a professora desejava, a menina logo indagou à mãe: “Mas então por que ela não me disse para escrever o contrário? Ou o oposto? Era fácil: claro/escuro; gordo/magro; alto/baixo...”.
Pergunto: é mais importante uma criança pequena entender a questão da oposição na linguagem, e principalmente saber usá-la e também ampliar seu vocabulário, ou conhecer a terminologia de “antônimo”?
Faz-se necessário fomentar “(...) transformações significativas na estrutura da escola, na reorganização dos tempos e dos espaços escolares, nas formas de ensinar, de aprender, de avaliar, implicando a disseminação das novas concepções de currículo, conhecimento, desenvolvimento humano e aprendizado” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos – orientações gerais, 2004, p.10).
Assim, interessa-me aqui nesse BLOG problematizar: o que é mais importante nos processos pedagógicos dos 3 primeiros anos do Ensino Fundamental?
Bom pensarmos que nosso papel como professore(a)s do Ciclo da Alfabetização é favorecer que as crianças se apropriem da linguagem escrita para além de uma simples capacidade de decodificação de símbolos, portanto, que possam compreender as muitas facetas das diferentes funções sociais da escrita e, assim, possam apossar-se dessa linguagem e dela fazer múltiplos usos correntes.  
Lembro-me ainda, de quando era professora dos pequenos, que comumente uma criança contava para o grupo, em nossas tantas conversas coletivas, algo do tipo: “Minha avó pediu para mim comprar o pão...” – e eu repetia: “Para eu comprar o pão...”. No início, sempre que isso ocorria, era comum a criança replicar: “Não pediu para você, professora; minha avó pediu para mim comprar!”. E a partir daí eu podia mostrar que a maneira de ela nos contar que sua avó havia pedido algo para ela fazer, era dizendo que a avó “pediu para eu fazer tal coisa”. Muito rapidamente o grupo percebia os usos corretos dos pronomes e isso ia se ajeitando no desenvolvimento corrente da fala.
Adianta saber que tipo de pronome é “mim”, ou “eu”, se não sabemos quando usá-los? Não se trata aqui de defender que as terminologias devem ser banidas da escola – mas de pensarmos em estratégias que favoreçam seu uso corrente e desembaraçado na linguagem oral/escrita.
“(...) [J]ustamente pela sua constituição de confluência de diversos saberes é que a escola tem reafirmada a sua vocação de ser polo gerador e irradiador de conhecimento e cultura, contribuindo para reconstruir a organização da comunidade pelos seus próprios atores” (MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino Fundamental de 9 anos – orientações gerais, 2004, p.11).

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