A pergunta poderia parecer
totalmente inapropriada numa primeira leitura: quem confunde fins e meios?? Mas vejam que coisa interessante estávamos discutindo dias
desses na equipe da Xmile...
Se quero que as crianças
produzam conhecimento acerca de pequeno-médio-grande, por exemplo, como pensar
num jogo-desafio para isso? Ah! Super fácil! O(a) personagem Y estaria, por
exemplo, diante de uma esteira de malas do aeroporto, tendo que escolher pegar
sua própria mala – que seria a pequena, a média ou a grande. Mas isso parece
muuuiiitttooo sem graça num game! Então, podemos fazer a esteira andar... E a
criança tem que ter certa destreza no mouse para conseguir pegar a mala; e
ainda podemos colocar uma contagem de tempo e as malas “desaparecerem” da
esteira caso a criança não a alcance. Hummm... Por que não incrementar mais? Ao
invés de ser a(o) personagem pegando, poderia ser o guindaste externo... Então
a criança teria que saber fazer o guindaste funcionar verticalmente para cima e
para baixo, e horizontalmente para frente e para trás) e, uma vez eleita a mala
correta (a pequena, a média ou a grande), elas estariam numa esteira que também
se move (novamente na horizontal, para a direita ou esquerda) e em certa
velocidade, num determinado espaço de tempo. Ah! Agora sim me parece
interessante e bastante desafiador! ... Será??!! :P
Vejamos o que está em
jogo: queremos favorecer que a criança descubra/consolide os conceitos de
pequeno, médio e grande, certo? Se ela não consegue completar o jogo em tempo
hábil e as malas “somem” da tela, posso afirmar que ela não internalizou/consolidou
estes conceitos-focais (fins)? Ou que
pode ter tido dificuldade em manipular o guindaste, em sintonia com a esteira
e, ainda, num tempo espremido (meios)??
MUITOS dos jogos de
internet por nós analisados caem nessa “pegadinha”... Na ânsia de serem “interessantes”
às crianças, acabam priorizando os “meios” e não os “fins” pedagógicos. Corroboram
para que as crianças façam “correndo” e “de qualquer maneira”, na tentativa de
acertar mais do que errar – justamente estimulando atitudes OPOSTAS àquelas que
gostaríamos que elas tivessem diante do conhecimento. Como educador@s, o que
queremos é que meninos e meninas se detenham diante de desafios, analisem os
diversos caminhos e façam a melhor opção... Com calma, lógica, associação de
ideias, recorrendo às experiências/vivências/conhecimentos anteriores. E não
por ensaio-e-erro apenas, ou na base da “sorte”.
E como fazer isso e ser também
lúdico, interessante, desafiador e prazeroso?! Aí já é outra história...
Aguardem e verão! =)
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