Gente do bem! Olha que delícia de reflexão que a Celia Flores me mandou
e me autorizou partilhar com vcs!
Inserida
num antigo grupo de amigas / profissionais queridas em processo de reativação
de um grupo de estudos ligado às relações entre Educação e Tecnologia,
encontro-me vivendo um turbilhão de pensamentos.
Pedagoga,
amante do papel, do livro, do contato olho no olho e do abraço. Desejo para os
meus filhos isso também. Que gostem das pessoas e curtam o contato pessoal, que
folheiem livros e guardem seus preferidos até ficarem mais velhos, com
folhinhas amareladas e o registro da caligrafia da infância (como o meu
Marcelo, Marmelo, Martelo, da Ruth Rocha, que está lá na estante para ser, em
breve, apresentado ao Miguel!).
Mas
também tenho me aproximado (e cada vez mais) das tecnologias… Meu celular já
tem internet ilimitada e eu ADORO isso! Contato direto com os amigos que foram
morar longe, contato com informações interessantes postadas também por
desconhecidos, apps que me ajudam na vida diária, desde pegar táxi, à escolha
do trajeto “menos pior” a fazer na volta ao trabalho…
E
meus filhos… Ah! Meus filhos… Nasceram nesse tempo em que a internet faz parte
da vida. Desde sempre, Miguel – que hoje tem 2 anos e 7 meses – manipula
ifones, ipods, ipads, computadores… Habilidosíssimo, entra e sai de vídeos
memorizados nas máquinas, investiga os álbuns de fotos, joga e troca os jogos
que disponibilizamos para ele. Também chega ao You Tube e nessa hora, algumas
vezes, “entrega os pontos” e nos pede para encontrar o que deseja: “Palava
cantada, mamãe. Pu favô.” Só às vezes. Já tenta chegar sozinho onde deseja e sabe
do microfone, que a partir da fala do usuário encontra os vídeos relacionados.
Mas como sua fala tem um quê de dialeto ainda – pelo menos para a máquina – é
pouco corriqueiro ser compreendido.
Carolina, com
11 meses, protesta quando o irmão se delicia sozinho nas maravilhas oferecidas
pelos “gadgets”. Já estica a mãozinha e esfrega os dedinhos na tela. Quando
consegue o luxo de ter um só para ela nas mãos, transborda alegria! E mexe,
remexe nos ícones, que passeiam para lá e para cá a partir dos seus movimentos.
Levamos os
dois para ver o show do Palavra Cantada. Grupo para lá de bacana, que faz
música de MUITA qualidade pensada para as crianças. Grupo para lá de conhecido
por meus pequenos, que veem intermináveis vezes sua cantoria em clipes baixados
e nos vários dvds que compramos.
A mãe –
euzinha – pedagoga orgulhosa da bagagem musical que procuramos oferecer para
eles. Pessoa nascida e criada e formada em outros tempos, pré-conceituosa com
várias ideias que cercam a relação entre tecnologia e educação. Assisti meu
filho feliz no show, encantado com aquela cor toda, aquele movimento todo, todo
aquele som ao redor. Mas confortável, BEM confortável, com a visão do TELÃO.
Por que não aproveitava para ver só o “ao vivo”? Por quê? Talvez apenas porque
o telão faz parte da vida dele. It’s not a big deal! (Estou ainda incomodada,
viu? Mas sigo pensando…)
Que tal a gente abrir este
debate, pessoal??