TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



Mostrando postagens com marcador brinquedo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador brinquedo. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de junho de 2013

Sobre crianças e tecnologia… Sobre ser Pedagoga numa nova era… Sobre ser mãeeducadoradeoutroséculo

Gente do bem! Olha que delícia de reflexão que a Celia Flores me mandou e me autorizou partilhar com vcs!

                Inserida num antigo grupo de amigas / profissionais queridas em processo de reativação de um grupo de estudos ligado às relações entre Educação e Tecnologia, encontro-me vivendo um turbilhão de pensamentos.
                Pedagoga, amante do papel, do livro, do contato olho no olho e do abraço. Desejo para os meus filhos isso também. Que gostem das pessoas e curtam o contato pessoal, que folheiem livros e guardem seus preferidos até ficarem mais velhos, com folhinhas amareladas e o registro da caligrafia da infância (como o meu Marcelo, Marmelo, Martelo, da Ruth Rocha, que está lá na estante para ser, em breve, apresentado ao Miguel!).
                Mas também tenho me aproximado (e cada vez mais) das tecnologias… Meu celular já tem internet ilimitada e eu ADORO isso! Contato direto com os amigos que foram morar longe, contato com informações interessantes postadas também por desconhecidos, apps que me ajudam na vida diária, desde pegar táxi, à escolha do trajeto “menos pior” a fazer na volta ao trabalho…
                E meus filhos… Ah! Meus filhos… Nasceram nesse tempo em que a internet faz parte da vida. Desde sempre, Miguel – que hoje tem 2 anos e 7 meses – manipula ifones, ipods, ipads, computadores… Habilidosíssimo, entra e sai de vídeos memorizados nas máquinas, investiga os álbuns de fotos, joga e troca os jogos que disponibilizamos para ele. Também chega ao You Tube e nessa hora, algumas vezes, “entrega os pontos” e nos pede para encontrar o que deseja: “Palava cantada, mamãe. Pu favô.” Só às vezes. Já tenta chegar sozinho onde deseja e sabe do microfone, que a partir da fala do usuário encontra os vídeos relacionados. Mas como sua fala tem um quê de dialeto ainda – pelo menos para a máquina – é pouco corriqueiro ser compreendido.
Carolina, com 11 meses, protesta quando o irmão se delicia sozinho nas maravilhas oferecidas pelos “gadgets”. Já estica a mãozinha e esfrega os dedinhos na tela. Quando consegue o luxo de ter um só para ela nas mãos, transborda alegria! E mexe, remexe nos ícones, que passeiam para lá e para cá a partir dos seus movimentos.
Levamos os dois para ver o show do Palavra Cantada. Grupo para lá de bacana, que faz música de MUITA qualidade pensada para as crianças. Grupo para lá de conhecido por meus pequenos, que veem intermináveis vezes sua cantoria em clipes baixados e nos vários dvds que compramos.
A mãe – euzinha – pedagoga orgulhosa da bagagem musical que procuramos oferecer para eles. Pessoa nascida e criada e formada em outros tempos, pré-conceituosa com várias ideias que cercam a relação entre tecnologia e educação. Assisti meu filho feliz no show, encantado com aquela cor toda, aquele movimento todo, todo aquele som ao redor. Mas confortável, BEM confortável, com a visão do TELÃO. Por que não aproveitava para ver só o “ao vivo”? Por quê? Talvez apenas porque o telão faz parte da vida dele. It’s not a big deal! (Estou ainda incomodada, viu? Mas sigo pensando…)


Que tal a gente abrir este debate, pessoal??    

segunda-feira, 25 de março de 2013

Brincando a gente aprende?


Em matéria lida recentemente, “Autoaprendizado e tecnologia: mistura poderosa, Terry Heick concede uma entrevista e versa sobre aspectos muito interessantes concernentes ao papel da tecnologia na educação. Brinco abaixo de intercalar algumas reflexões pessoais com as frases da matéria (entre parênteses):

“Não só os alunos podem aprender com jogos e brincadeiras, mas eles só aprendem brincando”.

O papel da brincadeira tem sido foco de discussão aqui neste blog e em tantas e tantas produções da área educacional. Sem descuidar da saudável e legítima problematização em torno da pedagogização das brincadeiras, e sem deixar de reforçar todo o tempo a necessidade (e o direito!) de as crianças brincarem livremente, explorarem os 4 elementos da natureza, experimentarem movimentos corporais diversos etc., considero que os games e outros jogos que usam os computadores, tablets e celulares como suporte também devem ser por nós melhor considerados.

“Aprender com jogos e brincadeiras estimula o aluno de várias maneiras, incentivando-o a experimentar uma forma livre de ridicularização ou correções. Numa sala de aula tradicional, os alunos aprendem a obedecer e a “ir bem na escola”. Por meio das brincadeiras, eles são guiados pela curiosidade, imaginação e pela disposição em relação a algum tema conquistada por uma autopercepção”.

Optar pelo uso de jogos, entretanto, não assegura nada disso. É sabido que mais do que a coisa em si, é a maneira como a trabalhamos que mais faz diferença. Isso é: há quem proponha jogos e crie competições, animosidades e até mesmo a percepção de fracasso por não conseguir obter bons resultados nos mesmos. Portanto, a utilização de jogos, para ser entendida como vinculada à curiosidade, imaginação etc., deve ser cuidadosa.

[Na aprendizagem por projetos], o processo de aprendizagem é mais importante do que o resultado do projeto em si. 

Do mesmo modo, na brincadeira, a ato de brincar é mais significativo do que o resultado ali obtido – ou seja, o processo lúdico é mais importante do que o eventual resultado de “certo ou errado”, “venceu ou perdeu”.

Para que isso acontecesse nas salas de aula, precisaríamos ter professores com “completo domínio sobre como as pessoas aprendem e sobre os inúmeros modelos de aprendizagem disponíveis, principalmente como resultado da inovação tecnológica”.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Autoria e identidade – desafios permanentes para quem trabalha com crianças


Dia desses recebi de uma de minhas filhas, a Tatiana, sócia da Benfeitoria, um link que me levava ao “Photos os Children from around the word with their most prizedpossessions. O artigo traz fotos muitíssimo interessantes capturadas pelas lentes de Gabriele Galimberti cujo foco era retratar crianças de diferentes etnias, configurações familiares, gênero, religiões e classes sociais ao redor do mundo juntamente com seus mais preciosos bens – seus brinquedos. Claro que além das imagens em si, despertou-me interesse o fato de serem crianças e, em particular, de poder explorar sua relação com os brinquedos. Convido-os a admirarem as imagens e, sem perder sua dimensão estética e poética, também perscrutarem como os brinquedos em si, os quartos/cômodos e as poses das crianças podem nos levar a examinar as constituições identitárias deste tantos meninas e meninas, sobretudo quando procuramos perceber como são construídas as características relacionadas ao gênero.

No desafio de montar uma plataforma multimídia com jogos narrativos, toda hora esta questão vem à tona. Como caracterizar personagens de forma que as crianças criem laços de identificação, sem reforçar os estereótipos de gênero? Como estruturar as narrativas e as ações de maneira à criança perceber-se ali inserida, sem fortalecer mais uma vez os estereótipos de gênero? O senso comum nos remete às meninas com sorrisos singelos, roupinhas fru-fru e quartos rosa repletos de bonecas; e aos meninos de cara amarrada, movimentos brutos e ágeis, sempre com bola ou carrinho na mão – e nosso papel é sempre problematizar isso trazendo outros modos possíveis de ser e agir como meninos e meninas...

A questão da identidade leva-me permanente à questão da autoria também. E neste sentido, partilho uma reflexão da Juliana Uggioni, que trabalha comigo no Núcleo Pedagógico da Xmile:

“Li o artigo “Startups paradesburocratizar ensino conservador, no qual Vagner de Alencar fala sobre as startups, que são iniciativas jovens e informais que surgiram como uma forma de desburocratizar a administração da escola. Uma de suas iniciativas ali citadas é o Projeto Magia que, com a parceria de algumas escolas particulares do Rio de Janeiro, tem por desafio transformar alunos de 6 a 10 anos em escritores. Este projeto estimula a leitura, a escrita e a criatividade dos estudantes.

O que podemos perceber é que cada vez mais surgem projetos e propostas, salientando como é importante entender que as crianças são autoras de suas próprias histórias, que seus repertórios são ricos e diferentes um dos outros… Esta relevância se faz presente na nossa proposta da Xmile, na qual as crianças participam ativamente na autoria dos games, criando personagens, roteirizações. E concordamos com a Solange Jobim e Souza quando escreve que “espécie de olhar cinematográfico que a criança revela, mostra-nos, também, com grande sensibilidade e beleza, como objetos se tornam para ela um reino de enigmas que podem ser decifrados em diversas direções”. (In: Infância e linguagem: Bakhtin, Vygotsky e Benjamin. Campinas, SP: Papirus, 1994, p. 149).”