Perdoem-me o “sumiço”, mas o
corre-corre por aqui ainda está grande. Tudo indica que, finalmente, vou poder
voltar a me regrar um pouco mais e sistematizar postagens semanais aqui neste
BLOG e no Repensando Museus... Ai, ai...Tomara!! =)
Bem, o último município visitado
por mim para a consultoria sobre o Ciclo da Alfabetização foi em MG – Coronel
Fabriciano, no Vale do Aço mineiro. Assim como nos demais municípios visitados,
a jornada de trabalho lá também foi bastante puxada. Comecei com grande atraso
de voo, perda de conexão, necessidade de mudança de planejamento... Mas nada
afetou o carinho do acolhimento de toda a equipe da Secretaria, destacando-se a
Álen Carla, Gerente Pedagógica com quem mantive contato durante a pesquisa, e
toda a atenção dispensada pela Secretaria Municipal de Educação, Glória.
Logo em nossa reunião inicial fica
clara a concepção de infância como tempo alargado, que inclui as meninas e
meninos até seus 10 anos de idade, bem como uma perspectiva de educação infantil
não preparatória, mas que não se furta a favorecer experiências diversas e plenas
de significação às crianças. Contam-me, também, que desde 2000 implantaram o
sistema de Ciclos de Temporalidades Humanas (Infância/ Pré-Adolescência/
Adolescência) como forma de estruturação da rede. Neste município mineiro, visitei duas escolas:
a EM Said Albeny e a EM Dom Lélis Lara.
Merece destaque nesta narrativa que
a rede pública municipal de Coronel Fabriciano comporta 14 escolas, das quais
12 já oferecem 45h/semanais às crianças, com 4 refeições e atividades que vão
desde oficinas de apoio em várias áreas, como ainda dança, percussão, karatê
etc. Mas não imaginem que se trata de “dancinha
ou musiquinha para criancinha”... Nem pensar!! Falo de um
trabalho sério e comprometido, com bons profissionais – tive o privilégio de
assistir a algumas apresentações emocionantes e contagiantes!!
A proposta municipal já se
estruturava na crença de que o turno estendido era importante para as crianças
e, aos poucos, o município ia equipando suas escolas. Com a verba do Programa
Mais Educação, do Governo Federal, essa proposta de horário integral tomou
ainda mais impulso, e se consolidou de forma a poderem qualificar e ampliar aquilo
que já estava sendo oferecido.
Segundo
o depoimento de professores deste município, o tempo integral aumenta a
autoestima das crianças; e, da minha parte, atesto ter sido muito interessante
presenciar meninas e meninos que no turno da manhã estavam enfrentando
dificuldades de aprendizagem nas salas de aula, de tarde estarem brilhando à
frente da percussão e/ou da dança. Ainda segundo estes professores, a elevação
da autoestima já aponta reflexos positivos no envolvimento e rendimento
pedagógico do alunado.
Pais
do turno integral de Coronel Fabriciano também deram depoimentos muito
favoráveis, afirmando que o temor inicial com a sobrecarga de tempo se esvaiu
rapidamente diante do encantamento e alegria expressos pelas crianças e
evidenciados por seu desejo de participação. Famílias e escolas confirmam que a
evasão e o absenteísmo infantis caíram drasticamente. Este é o desafio!
Potencializar conjuntamente as intervenções, sempre em prol das crianças.
Por fim, puxando a brasa para a
questão do acesso à leitura, a EM Said Albeny, se antes tinha uma Biblioteca, com
o Programa Mais Educação pode oferecer um espaço mais acolhedor e dinâmico, com
melhor infraestrutura – e, consequentemente, crianças e adultos têm mais acesso
à literatura, livros de pesquisa e estudo, e ao universo letrado em geral.
Livros escritos e ilustrados pelas
crianças também ficam orgulhosamente dispostos nas paredes.
Além disso, desenvolvem o projeto
Literarte, que disponibiliza livros em espaço aberto, debaixo de uma escada,
para as crianças lerem durante o recreio.
O incentivo à leitura, aliás, é
perceptível mesmo em escolas cujas bibliotecas não são tão sofisticadas, como é
o caso da EM Dom Lélis Lara. Também na hora do recreio dispõe revistinhas e
livros menores pendurados em árvores para deleite de seus pequenos leitores.
O município de Coronel Fabriciano
também deve ser destacado como aquele que muito vem se empenhando na inclusão de
crianças especiais, bem como no atendimento às diferentes dificuldades de
aprendizagem – mas isso já requer outra postagem! =)
Parabéns Bel pelo relato e parabéns para a escola... mas que eu fiquei com um ciuminho deste turno estendido eu fiquei... é um desejo e um pedido da Guido desde 2008... mas quem sabe um dia...
ResponderExcluirhehehe!!! Não é por falta de torcida, Tati!! =)
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