TEMÁTICAS TRATADAS AQUI

SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



terça-feira, 26 de junho de 2012

Lugar de livro (também) é no fogão! – partilhando a experiência de Dois Irmãos do Tocantins

Calma, gente! Não se trata da fogueira da inquisição!! Ao contrário! Falo do desejo de disponibilizar livros de literatura infantil às meninas e meninos de uma escola de um assentamento, distante duas horas de caminhão do centrinho da cidade deste município rural de pouco mais de 7 mil habitantes.
Bem, cabe contextualizar, não é? Vocês estão acompanhando minhas viagens para a realização da consultoria para o MEC, via UNESCO, para identificar como estão instalados/ consolidados os Ciclos da Alfabetização em território nacional. Por conta do acúmulo deste trabalho, na reta final nem consegui compartilhar com vocês o que vi/ vivi por aí afora... Mas agora encerrei a empreitada, apresentei relatório final, e estou com mais tempo para poder postar tantos aspectos interessantes sobre alfabetização/ letramento no Brasil. Bem, mas antes de entrar nos pontos mais específicos da pesquisa, ainda vou postar hoje sobre minha ida à Dois Irmãos do Tocantins e, em seguida, a visita à Coronel Fabriciano, em MG. Depois, então, aos poucos, vou trazendo à luz as descobertas e questões tão importantes que surgiram na pesquisa.
De Palmas para Dois Irmãos do Tocantins foram quase 6h de ônibus. Ali me aguardava a doce Marisa da Glória, pessoa atenta e comprometida com a causa, responsável pelas respostas aos questionários destinados à Secretaria de Educação e com quem mantive contato ao longo da pesquisa. Ela é Gestora Educacional deste lugar que tem um total de 12 escolas, das quais 11 atendem ao EF e 10 são rurais, trabalhando com turmas multisseriadas.  Dali partimos diretamente para a primeira escola visitada, EM Aurélio Buarque,  no assentamento Projeto Salomira – escola com 3 salas de aula: uma de 1º ano; uma de 2º e 3º anos; e outra para 4º e 5º anos. No Ciclo da Alfabetização (englobando 1º ao 3º anos) estudam 28 crianças ao todo.
Bem, e o fogão? As salas visitadas têm “cantinho de pesquisa interdisciplinar”...
 e “cantinho de leitura” e, numa delas, este último era organizado sobre um fogão, delicadamente coberto com TNT. Os livros chegam através do Programa Nacional de Bibliotecas Escolares (PNBE) e as crianças leem!! =)

A escola não tem iluminação adequada, seu mobiliário está deteriorado, mas as crianças estão tendo acesso a livros de qualidade! Claro que não podemos cair na armadilha de defender, com isso, que não precisamos melhorar os demais aspectos, uma vez que disponibilizam livros para as crianças... Mas também acho importante ressaltar que, embora todas as (injustas) faltas, professor@s (esta escola não tem diretora, ou equipe pedagógica) tiveram a sensibilidade e perceber a importância da leitura para os meninos e meninas – e isso é lindo!
No dia seguinte, visitei a EM Nova Geração, na Fazenda São João, também distante quase duas horas do “centrinho”. Com mais estrutura – tanto de equipe, quanto física – que a anterior, esta escola atende a 14 crianças no Ciclo da Alfabetização, trabalhando um grupo aglutinado de 1º ao 3º anos do EF.
Ali o “cantinho da leitura” também assume importante papel e procura oferecer um espaço de acolhimento às crianças.
Mais do que isso, pegaram um ex-quarto para professor e estão transformando numa biblioteca,...
... pois além dos livros de literatura infantil dispostos no “cantinho da leitura”, a escola recebe inúmeros livros para professores, jogos pedagógicos e outros tantos materiais e, por isso, estão empenhados em favorecer o acesso das meninas, meninos e adultos a tudo.
  


A certeza que paira é de que um livro fechado é um livro morto – somos nós, leitores, que damos significação àquilo que está ali escrito. Portanto, ter acesso aos livros de qualidade é direito de tod@s; e favorecer este acesso é uma das obrigações da escola.